"Sem dúvida o problema mais importante do Viver-Junto: encontrar e regular a distância crítica, para além e para aquém da qual se produz uma crise".
"A tensão utópica - que jaz no fantasma idiorrítmico - vem disto: o que é desejado é uma distância que não quebre o afeto ("pathos das distâncias: excelente expressão). (...) Alcançaríamos, aqui, aquele valor que tento pouco a pouco definir sob o nome de "delicadeza" (palavra um tanto provocadora no mundo atual). Delicadeza seria: distância e cuidado, ausência de peso na relação, e, entretanto, calor intenso dessa relação. O princípio seria: lidar com o outro, os outros, não manipulá-los, renunciar ativamente às imagens (de uns, de outros), evitar tudo o que pode alimentar o imaginário da relação = utopia propriamente dita, porque forma do Soberano Bem".
Dois trechos do livro Como viver junto, do Barthes. Achei tudo bem interessante.
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