segunda-feira, março 16, 2009

Sonhos e pesadelos

Passei a noite sonhando com o livro. Também não poderia ser diferente. Acabei de lê-lo na madrugada. O livro é forte, intenso, duro – todas essas características são positivas, deixo claro. Trata-se de “O Filho da Mãe”, de Bernardo Carvalho. O livro faz parte da coleção Amores Expressos, que levou escritores a residências em diversas partes do mundo.

Nesse caso, a residência foi em São Petersburgo, na Rússia. Diferente dos outros livros do autor que li, em que as situações são resolvidas apontando para algo positivo (não se trata de otimismo, mas de resoluções positivas para os personagens), neste não: o amor destrói, assim como a guerra. Mas o amor também é o principal ponto de confluência entre os personagens. Um amor necessário, que faz com que todos tomem decisões por vezes equivocadas, por outras desesperadas, mas sempre evidenciando sua fraqueza frente ao mundo, e que acaba por se desintegrar em meio a uma Rússia de mães desesperadas em salvar seus filhos da guerra contra a Tchetchênia.

O livro tem uma narrativa ágil e organizada por capítulos que vão contando a trajetória de dois personagens, um russo e um tchetcheno, Andrei e Ruslan, dois jovens de idades similares, que acabam por se encontrar numa São Petersburgo violenta e fria.

Acabei de ler o blog do projeto. Tem muito a ver com o clima do livro. Imagino o quão difícil foi falar de amor nesse contexto.

domingo, março 01, 2009

Punta del Diablo






Nesse feriado de Carnaval mudamos o tradicional destino de Santa Catarina e fomos para Punta del Diablo, que é uma das primeiras praias do Uruguai depois do Chuí. A praia de pescadores está crescidinha, com uma certa estrutura, mas mantém vários aspectos de praias pouco habitadas. Isso traz um pouco de estrutura básica para quem vai (casas, chalés, hostal, hotel, minimercados, alguns restaurantes, sorveteria, padaria), aliado a um bom descanso longe das multidões.

A viagem de carro ou ônibus para o Uruguai é sempre animadora (detalhe: não tem ônibus direto para Punta Del Diablo. Nós fomos de carro): estradas em boas condições, com movimento razoável e uma paisagem inspiradora do sul - pastagens, céu que parece tocar o chão, horizonte sempre visível e distante.

Ao chegar em Punta del Diablo, o que mais chama a atenção é a arquitetura. Esquisitíssimas, as casas não parecem obedecer ruas. Estão viradas em todos os sentidos. O que poderia parecer um emaranhado de caixotes, se diferencia pelas cores e abundâncias de janelas envidraçadas com vistas para o mar ou para a paisagem. Um charme.

O povoado tem três praias, que são divididas pela "Punta del Diablo" propriamente dita - uma reentrância de pedras no mar. Para a direita, fica a praia de La Viuda, com pôres do sol incríveis. Para a esquerda, estão a Praia dos Pescadores e a Praia del Rivero. A praia de la Viuda e a praia del Rivero são grandes, de mar aberto, mas ao fundo delimitadas por bonitas pedras. O mar é agitado, bom para o surf, eu imagino.

Uma caminhada informal pelas pedras do fim da praia del Rivero nos revelou uma outra praia, ainda maior, e de mar mais calmo, que possibilita inclusive nadar e boiar tranquilamente. É a Praia Grande, que já não faz mais parte de Punta del Diablo e sim de Santa Tereza.

O clima em fevereiro é bom, com manhã e noites frias, recheadas de dias quentes, bons para a praia. Nós pegamos dois dias de muita chuva e frios e três dias de sol. Conversando com o pessoal local, parece que janeiro tem mais vento e março é muito bom, porque há uma mudança na maré que deixa a água mais quente. Nessa época, chegam os turistas americanos, que buscam a paz do período pós-férias.

Postei algumas fotos no Flickr. Dessa vez não fiz muitas. Estava a fim de descansar. Para mais informações sobre a praia, inclusive hospedagem, o site Portal del Diablo é ótimo.