sábado, novembro 27, 2010

Um pouco de Bienal



Vi só um pouquinho da Bienal. Queria ter visto mais, mas não deu tempo. Espero conseguir ver mais quando eu voltar para São Paulo. Gosto muito do trabalho dos curadores - Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos - e estava curiosa para saber o que eles tinham colocado no copo de mar dessa Bienal. (Há sempre um copo de mar para um homem navegar, verso de Jorge Lima é o título desta edição da mostra).

Já que eu tinha menos de uma hora, segui o conselho do Eduardo Nasi, fui direto ver o Abajur do Cildo Meireles. Realmente vale a pena. Publiquei uns vídeos no Youtube e fiz umas fotos. Mas é uma obra que precisa ser vista pessoalmente. Ela é muito potente. Me encheu de tristeza vê-la. Fiquei lá todos os 15 minutos da sessão das 11h30 de ontem. Ela é bela, poética e te dá um tapa na cara. Dentro do viés político da Bienal, funciona muitíssimo bem. Comecei a me sentir mal quando os homens começaram a olhar para cima para ver se ainda tinha alguém. Saí. O segurança fechou. Sessão encerrada. Ela fica tão entranhada na gente que é difícil prestar uma atenção "fresca" no resto. Então, não sei se é uma boa obra para começar. Talvez melhor para acabar.








No caminho até o Cildo, passei por outro Cildo, que são as notas de dinheiro com as Inserções em Circuitos Ideológicos. Já tinha visto no Museu da Philadelfia, junto com as garrafas de Coca-Cola, mas é tão legal, que sempre vale a pena rever. Ali pertinho, tem duas obras do Helio Oiticica, que ninguém se importa de ver também... Seja marginal, seja herói e um bólide. Faltou ver o Ninhos do Hélio. Na real, faltou ver tanta coisa...

Logo na sala ao lado tem o Barrio. Foi bem impactante ver as Situações (aquelas obras das trouxas) em fotos ampliadas. Só tinha visto em reproduções de livros e sempre muito pequenas. Foi uma boa experiência ver as fotos grandes e num conjunto maior também.

Outra coisa que eu vi no caminho foi uma instalação do Eduardo Coimbra, chamada Luz Natural, em que lâmpadas fluorescentes ganham ares de céu com nuvens. Um trabalho bem bonito, que as fotos não conseguem registrar direito.





Quase chegando no Abajur tem um vídeo do Paulo Bruscky, que também me chamou atenção: Arte/Pare, de 1973. É um vídeo de uma ação muito simples, de fechar uma rua com uma fita vermelha, mas que visto com o título tem um impacto legal. A foto lá de cima é do trabalho.

Também não deixei de dar uma passada para ver os desenhos do Gil Vicente matando políticos. E, por falar em obras polêmicas, acabei não vendo o Nuno Ramos com os urubus... acho que perdi bastante. Imagino que eles deviam dar muito mais força à obra.

Por fim, depois de finalmente chegar no Abajur, resolvi sair pelo outro lado e ganhei de presente o vídeo Tornado, do Francis Alÿs. Gosto muito dele. Lembram da Fé move Montanhas, estava aqui em Porto Alegre na última Bienal? O vídeo do tornado é tão incrível quanto. Uma bela imagem para encerrar a minha primeira visita a essa Bienal.


Uma exposição com muitos sim(s)






Ontem, fiz uma visita à jato a São Paulo e aproveitei para visitar um pedacinho da Bienal e o MAM/SP. Sobre a Bienal, falo depois, agora queria falar sobre a exposição do Ernesto Neto no MAM, que visitei com o Eduardo Nasi.

Pode tocar nas obras, pode pisar, pode subir, pode sentar, pode tocar piano e instrumentos de percussão, pode deitar numa cama de bolinhas. Esse é o clima da mostra, que segue a linha de trabalho do artista, mas que dessa vez opta pelo lado lúdico da obra de arte. Nem preciso dizer que as crianças adoram. Estava lá um menininho que não devia ter mais de três anos, completamente encantado com a mostra. Mas o clima de playground acaba contaminando os adultos também. Foi sentar num balanço, que a minha perspectiva da exposição mudou.

Na aposta de um visual colorido e alegre, Ernesto Neto acaba nos transportando para as nossas próprias infâncias. Seria uma exposição sobre memória? Talvez. Talvez também seja sobre a reconstrução de um mundo perdido (ou encontrado). Ou, simplesmente sobre a possibilidade de aceitar um Dengo, como o nome da mostra propõe.

Mas, para curtir, tem que entrar na onda, olhar, tocar, sentar, pisar...

quarta-feira, novembro 24, 2010

Fios e pássaros

Acabo de fazer uma pausa no trabalho da minha dissertação para tomar um café, respirar um pouco e começar um alfajor (já experimentaram os Cachafaz? Tem um que é de maizena com doce de leite e coco em volta que é incrível). Resolvi ver um vídeo no Youtube e acabei vendo este, que a minha professora de francês mandou:


Fiquei muito tocada com a história toda. Por alguns motivos.

Primeiro também gosto de fotografar pássaros em fios:






Aqui tem um pequeno vídeo dos mesmos pássaros da foto cinza de cima:



Segundo, que quando eu fiz o vídeo com o Philip Glass...


... também parti de uma foto, de fios de luz, que para mim, lembravam uma partitura:


São pequenos detalhes que tornam o dia melhor: café, cachafaz, cerejas naturais, fios, pássaros e música.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Arte contemporânea em Convivências



Hoje, às 19h, abre uma exposição bem legal na Fundação Iberê Camargo: Convivências. Com curadoria de Jailton Moreira, a mostra reúne os artistas que foram contemplados nos dez anos da Bolsa Iberê Camargo. Isso significa é uma mostra de arte contemporânea, com trabalhos de vários artistas jovens.

Na abertura, terá performances de dois artistas: Letícia Cardoso e Ronald Duarte. E, também será lançado o próximo edital da Bolsa, que nesse ano vai selecionar dois artistas para residências Estados Unidos (Nova York) e Argentina (Buenos Aires).

Mais informações sobre a exposição, estão disponíveis aqui.

Abaixo, você pode ver um audioslide que a Zero Hora fez: