Passei a noite sonhando com o livro. Também não poderia ser diferente. Acabei de lê-lo na madrugada. O livro é forte, intenso, duro – todas essas características são positivas, deixo claro. Trata-se de “O Filho da Mãe”, de Bernardo Carvalho. O livro faz parte da coleção Amores Expressos, que levou escritores a residências em diversas partes do mundo.
Nesse caso, a residência foi em São Petersburgo, na Rússia. Diferente dos outros livros do autor que li, em que as situações são resolvidas apontando para algo positivo (não se trata de otimismo, mas de resoluções positivas para os personagens), neste não: o amor destrói, assim como a guerra. Mas o amor também é o principal ponto de confluência entre os personagens. Um amor necessário, que faz com que todos tomem decisões por vezes equivocadas, por outras desesperadas, mas sempre evidenciando sua fraqueza frente ao mundo, e que acaba por se desintegrar em meio a uma Rússia de mães desesperadas em salvar seus filhos da guerra contra a Tchetchênia.
O livro tem uma narrativa ágil e organizada por capítulos que vão contando a trajetória de dois personagens, um russo e um tchetcheno, Andrei e Ruslan, dois jovens de idades similares, que acabam por se encontrar numa São Petersburgo violenta e fria.
Acabei de ler o blog do projeto. Tem muito a ver com o clima do livro. Imagino o quão difícil foi falar de amor nesse contexto.
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